Moçambique tem apenas sete oncologistas para atender 25 milhões de habitantes, e não conta com recursos essenciais ao tratamento do câncer, como a radioterapia.
Um grupo de instituições brasileiras, que inclui o Hospital Albert Einstein, desenvolveu um Projeto de Capacitação em Oncologia voltado para os médicos do Hospital Central de Maputo, capital do país africano.
O grupo foi organizado depois que a primeira dama de Moçambique, Isaura Nyusi, fez um pedido, em 2014, ao MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, EUA, durante o Global Academic Programs (GAP), de assistência na luta contra o câncer no seu país. Uma vez que a língua oficial de Moçambique é a Língua portuguesa, o hospital americano estendeu a solicitação às suas instituições parceiras no Brasil.
O projeto envolve doação de tempo e de conhecimento e tem a intenção de mudar um país com estrutura precária e cultura diferente. Inicialmente os encontros eram feitos online, por videoconferência, em sessões nas quais os médicos de Moçambique apresentavam casos clínicos para que o grupo discutisse, considerando a realidade local. O foco inicial do grupo foi no tratamento de câncer de mama e colo do útero.
No fim de 2015, em Moçambique, foram inseridas também discussões sobre câncer de cabeça e pescoço e oncopediatria. Já em janeiro de 2016, uma equipe brasileira ficou por uma semana no Hospital Central de Maputo, onde examinaram e trataram pacientes, sob o olhar de médicos e residentes de lá. A expectativa é que, no futuro, mais especialidades façam parte da iniciativa e as instituições brasileiras levem enfermeiros para treinar a equipe de enfermagem do Hospital de Maputo. Em breve, eles também querem ir além da assistência e contribuir para a prevenção e pesquisa do câncer em Moçambique.
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